sexta-feira, 7 de abril de 2017

Estamos a fazer muitos filhos e a produzir pouco.

El PatriotaEusébio A. P. Gwembe...
Entendem porque continuamos pobres? Estamos a fazer muitos filhos e a produzir pouco. Doi dizer isto mas e' verdade...
“(...) Embora as taxas de pobreza tenham decaído significativamente, o número absoluto de pessoas em situação de pobreza se manteve relativamente constante. Partindo de uma base de, aproximadamente, 12 milhões em 1996/97, o número de pobres reduziu-se para perto de 9,7 milhões em 2002/03. Com a relativa manutenção das taxas de pobreza observadas entre 2002/03 e 2008/09 e o crescimento da população, a estimativa do número de pobres subiu para 11,1 milhões no fim desse período. A redução das taxas de pobreza entre 2008/09 e 2014/15 foi insuficiente para produzir uma redução da estimativa do número absoluto de pessoas em situação de pobreza que, novamente, subiu para 11,8 milhões. Assim sendo, enquanto a população moçambicana aumentou em mais de 50 por cento entre 1996/97 e 2014/15, o número de pessoas em situação de pobreza no país apresenta-se aproximadamente igual ao verificado no início do período”. FONTE: Ministério da Economia e Finanças (2016), POBREZA E BEM-ESTAR EM MOÇAMBIQUE: QUARTA AVALIAÇÃO NACIONAL; Maputo
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Comentários
Hercilio Chinguvo Peço para interpretar as siglas da área como IAF......
Borges Nhamire Que quer entender, irmão? IAF e IOF tem a mesma finalidade. Apenas mudou a designação...
Hercilio Chinguvo Ham...obrigado.já percebi
Hercilio Chinguvo Temos ai a área mais a frente iaf96,iaf02......isso corresponde a anos tipo 1996,2002..E isso
Gosto16/4 às 16:03Editado
El Patriota Hummmmm? Fazer muitos filhos? Não me soa bem isso... Ainda somos poucos.
Rafael Ricardo Dias Machalela El, essa não é a discussão, se somos muitos ou poucos. O facto é que esses poucos estão sem recursos.
Borges Nhamire Não há como contornar isso, irmão! Sempre que se avalia a pobreza de um Estado olha-se, para além de tudo mais, a quantidade da sua população!
Gosto16/4 às 21:52Editado
Lemos Junior Amartya Sen fala bem dessas coisas, vejam aqui na net, relacao entre o desenvol. humano e economico, e outras coisas conexas.
Eusébio A. P. Gwembe A quantidade da populaçao nao é olhada por ser muita ou pouca, mas para ver quantos estao em bom/mau estado economico, Borges. Nao tem relaçao com ter mais filhos. A riqueza do pais cobre muito mais. Uganda, com os seus perto de 40 milhoes de habitantes vivem melhor que nos, mas o tamanho do seu pais é insignificante se comparado com o nosso. Admitir essa hipotese estariamos a aceitar que o pais é constituido por bebes, incapazes de trabalhar, o que é falso.
Borges Nhamire Veja a quantidade de menores, nas projecções da população da Zambezia, em 2016, segundo o INE! Falo de menores de 14 anos aqueles que não podem de nenhuma forma trabalhar legalmente.
Hercilio Chinguvo Infelizmente, vamos concordar com esses dados ,faz sentido o número de filhos pode sim influenciar .
Hercilio Chinguvo El Patriota, veja um exemplo simples em que um casal que tem dois filhos com uma renda mensal de 10mil,é um outro casal com a mesma renda mas com só um filho.Qual dos dois está preparado para dar a melhor educação e melhor qualidade de vida.
Gosto26/4 às 16:11Editado
El Patriota Nenhum!
Gosto16/4 às 16:11
Hercilio Chinguvo Porque assim acha!
El Patriota Aqui em Moz?
Gosto36/4 às 16:14
Eusébio A. P. Gwembe O argumento de muita gente nao é suficiente para sustentar esta tese, Borges Nhamire. Parece-me que faltou uma medula pensante. Tome os exemplos de Niassa, Zambezia e Nampula. A nossa base social é composta por uma populaçao activa infelizmente marginalizada. Portanto, de 1996 para ca muita força de trabalho foi sendo marginalizada e nao conseguiu fazer a sua acumulaçao primitiva do capital.
El Patriota A quem cabe criar meios de producão para aumentar a produtividade?? Sim, porque mão de obra não me parece ser problema para nós? Quais são as nossas taxas actuais de desemprego na populacão activa?
Gosto16/4 às 16:16Editado
Hercilio Chinguvo Um dos problemas é,que tipo de mão de obra temos,claro não qualificada ,porque ? Por que muitos tem o nível de 7classe ou nada.pois o governo só garante o ensino gratuito ate a 7classe
Hercilio Chinguvo Há no campo,muito produtor que consegue ter uma renda mensal superior a dois salários mínimos ,mas o número de filhos bara o processo de desenvolvimento e crescimento econômico.
Gosto16/4 às 16:17
Eusébio A. P. Gwembe E relativo e pode nao corresponder a verdade. No campo (que eu conheço) nao ha luz, agua canalisada, chapa, etc. Eles produzem o que comem. A escola é mahala ate 7a Classe. nao ha obrigacao de uniforme escolar. muitos ainda consomem comida sem oleo. Como pode o numero de filhos barrar o desenvolvimento e crescimento economico?
Hercilio Chinguvo OK.vou sentar.kikikikikkkkk
Gosto16/4 às 16:26
Hercilio Chinguvo 1_Moçambique é grande para o número de habitantes que tem.(há espaço para mais que 22milhões de habitantes).
O problema onde está ,tocando já no acesso a saúde e bem estar,a verdade equi a nossa população rural ,la mas ao fundo não gosta de viver em al
deias na sua maioria ,encontramos localidades onde temos 4 escolas sem necessidade,com uma população de menos que 200habitantes.com isso fica difícil dar energia a essa população e acesso a saúde ,há exemplo de povoados bem organizados um exemplo claro algumas de Cabo delgado ,não quero dizer que estão melhor mas por viverem em aldeias tem acesso aos serviços básicos .
Hercilio Chinguvo Agora temos os problemas urbanos,que primeiro para viver na cidade é carro e fica mais carro ainda quando se tem muitos filhos.
Belizario Cumbe ...e os 90 dias de licença de parto (não estou contra, que fique claro) são um estímulo à natalidade!
Gosto26/4 às 19:58
Júlio Massango Eu é que estou contra porque 90 dias de licença de parto mais trinta de férias roça ao incentivo da preguicite.
Gosto26/4 às 22:51
Mateus Mateus Jr. + 20 dias antes do parto!
Gosto5 min
Belizario Cumbe Epah, as mulheres dizem que em 60 dias não conseguem se recuperar. Eu, não tendo experiência no assunto, não posso me posicionar
Gosto2 min
Danilo da Silva Esses que dizem que somos poucos... equacionaram a quantidade de pessoas e a capacidade do estado em providenciar serviços básicos como saúde, educação e habitação? Nem com esses poucos consegue-se ter paracetamol nos hospitais
Gosto26/4 às 20:29
Carlos Nuno Castel-Branco Borges Nhamire, o preço do pão aumentou porque somos muitos? Se tiveres que reduzir o consumo de pão e as crianças lá em casa chorarem, concluis que vocês são muitos para o pão que há? Se a empresa onde trabalhas fechar as portas por causa da crise e perderes o teu emprego e deixares de providenciar os bens e serviços lá em casa, o que fazes, mandas embora alguns dos filhos? Não há paracetamol nos hospitais ou carteiras e cadeiras nas escolas porque somos muitos? Às vezes somos pobres por causa da dívida, às vezes por causa da exclusão, às vezes por causa das expropriações, às vezes por não haver empregos, às vezes porque somos muitos. Acho que temos que melhorar a nossa coerência analítica. Talvez sejamos pobres por causa dessa falta de coerência que nos impede de ter focos realmente vitais.
Gosto66/4 às 22:50Editado
Borges Nhamire Professor,
Este debate aqui o encontrou ao meio. Começou no mural de El Patriota. Ele fez um post a refutar/exclamar que sejamos mais pobres que Malawi, Guine Bissau ou Angola (IDH).
Nesse dia disse que somos sim pobres. Pode haver mais pontes, prédios
 etc mas a maioria da população não tem benefício algum disso.
Então o Eusébio A. P. Gwembe disse que mais população devia significar mais força de trabalho e mais riqueza... respondi que não era bem assim. Não bastava ter mais gente se esta não tem meios ou capacidade de trabalho para produzir riqueza sustentável... 

Hoje numa dessas leituras encontrei o relatório aqui citado e trouxe pra mostrar que uma das justificações oficiais da incidência da pobreza é precisamente o aumento da população.

Bom, este é o contexto do debate.
Carlos Nuno Castel-Branco Argumento malthusiano rejeitado há muito tempo. Nem é por sermos poucos nem por sermos muitos que temos os padrões económicos e sociais de produção, apropriação e distribuição que temos. Além disso, sobre a população é mais importante compreender as estruturas sociais e outros factores de qualificação do que o número de pessoas. Nós gastámos 170 biliões de meticais em dívidas ilicitas; mais 330 biliões em despesa pública de pouca prioridade social; mais 280 biliões em incentivos fiscais a multinacionais em 15 anos. Que diferença isso poderia ter feito na pobreza se não fosse a pobreza das ideias e das decisões tomadas? E continuariamos as ser os mesmos 26 milhões.
Gosto26/4 às 23:12Editado
Pedro Pereira Lopes Concordo com o Prof., Borges Nhamire. A incapacidade do Estado de prover bens e serviços de qualidade tem uma relação frágil com o número de população. Uma coisa é um Estado falhado em matéria de satisfação das necessidades públicas e distribuição de riqueza, outra coisa é o capital humano - força de trabalho (treinada). Dois exemplos claros: Se o número de pessoas em determinado país estivesse estritamente relacionado com a geração de riqueza, logo Botswana (cerca de 6 mil.) seria um país riquíssimo, e China (1.600 milhões), bastante pobre.
Gosto219 h
Borges Nhamire Dr. PPP (Pedro Pereira Lopes)! 
Rendi-me às evidências e aos bons exemplos que aqui trouxeram.
Somos pobres por outras razões e não pela quantidade da população. Embora eu, tu, Professor, não tenhamos e nem queiramos ter tanto filho assim como a média 
do país.
Agora, convenhamos que a China não é necessariamente um bom exemplo pra falar da distribuição da riqueza. Querendo, o Dr. nos pode explicar um pouco mais por ter tido uma relação mais próxima com a China. Mas não é muita lá famosa assim. Parece que há milhões de pobres, muito pobres por lá. Proximamente na chamada China Rural
Gosto118 h
Carlos Nuno Castel-Branco Não conheço bem a situação da China - o Sérgio Chichava talvez possa ajudar mais que eu - mas certamente que o rápido crescimento e transformação económica das últimas décadas criou muitas bolsas de pobreza, tanto nas cidades como no campo, assim como outras bolsas de riqueza. Há várias hipóteses explicativas disso. A literatura é vasta. Mas não tenho estado a investigar a questão chinesa em detalhe pelo que não quero falar do que não tenho a certeza.
Gosto218 h
Pedro Pereira Lopes É evidente que a China não é um modelo a "copiar", mas dos cerca de 43 países listados em low HDI em 1990, apenas a China passou para o high HDI, em 2016, com 0.727. Lembre-se de que a China " só" iniciou o processo de reforma sócio-económica nos finais da década 70, e que Ghana era mais desenvolvida, em comparação, nessa altura. Nos últimos 30 anos a China tirou mais de 300 milhões de pessoas da pobreza (campeão - o Brasil do Lula tirou 30 milhões, em 10 anos, com o Bolsa Família), com mais de 20 políticas de redução da pobreza (nenhum deles do modelo de Washington). Ainda assim, a China tem um dos maiores problemas de distribuição de riqueza, índice de Gini próximo de 50% (0.49, em 2015 - desde 2008).
Gosto117 hEditado
Carlos Nuno Castel-Branco Nos anos 70, o Gini da China andava pelos 0,25, o que o tornava um dos mais igualitários no mundo. Portanto, a desigualdade aumentou dramaticamente. Isso diz alguma coisa sobre os seus padrões de crescimento. Mas, o Gini só mostra a distribuição do rendimento nominal, e não a distribuição do poder de compra efectivo. Por exemplo, no caso moçambicano, embora o Gini tenha permanecido razoavelmente estável - à volta de 0,42 - a desigualdade do poder de compra aumentou porque os preços dos bens e serviços básicos (que formam 80% do cabaz de compras das família de baixo rendimento, contra 25% ou 30% do cabaz de compras das famílias de alto rendimento) aumentaram, em média, 50% mais depressa do que o índice geral de preços ao consumidor. Então, o Gini é uma aproximação à desigualdade na distribuição do rendimento nominal mas não capta a distribuição do rendimento real (para isso, o Gini teria que captar a desigualdade nos padrões de consumo por efeito do rendimento e do preço, e a desigualdade na velocidade da inflação entre cabazes de compras).
Gosto217 h
Pedro Pereira Lopes Pois é, Prof. Um inquérito de há uns anos mostrou que os chineses estavam satisfeitos com a sua liberdade económica (80%) de modo outras liberdades (sociais e políticas) não representam um peso maior no bem-estar. Abraço, vou também ver um filme.
Gosto17 h
Borges Nhamire Agora, sobre as causas da prevalência pobreza, penso que são várias. Desde logo a corrupção. A minoria que governa rouba o que devia servir a maioria da população.
Igualmente a falta do interesse de quem governa em desenhar e implementar políticas púb
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Gosto16/4 às 23:07
Borges Nhamire Aguardo outro comentário seu, Professor Carlos Nuno Castel-Branco, pra prosseguir com o debate ou pra ir ver um filme ou ler um livro se ainda sobrar forças
Carlos Nuno Castel-Branco Tens comentários no outro post, Borges Nhamire. Mas vai ver um filme. Mereces relaxar. Abraços
Gosto26/4 às 23:18
Borges Nhamire Antes de ir procurar um filme, Professor me pode dar a sua opinião sobre esta questão?
Não acha que a logística de nascer, cuidar e formar um homem é muita elevada pra que uma família que do princípio so tem duas pessoas que produzem a renda, possa nascer, criar e educar 5 crianças - que é a média de filhos por família moçambicana?
Gosto26/4 às 23:23
Carlos Nuno Castel-Branco O tamanho médio das famílias moçambicanas é cinco pessoas ao todo e não cinco crianças. Além disso, a causa primária da pobreza não é o número de crianças mas as condições sociais e económicas de que as pessoas fazem parte. Não estou a dizer que o número de pessoas não seja um problema dadas as condições existentes. Claro que é. Mas o número de pessoas também é derivado das condições sociais e económicas existentes. Portanto, o ponto que estou a tentar fazer não é dizer que o número de pessoas não importa, mas que são as estruturas económicas e sociais de produção, apropriação do excedente e distribuição que são determinantes, incluindo para afectar o tamanho das famílias.
Gosto46/4 às 23:27
Borges Nhamire Entendi, Prof. Li nalgum lugar que esta média de cinco pessoas por família aumentou. Vou tentar achar a fonte.
Gosto26/4 às 23:32
Carlos Nuno Castel-Branco O último relatório da pobreza, IOF14, confirma isso.
Gosto36/4 às 23:33
Lyndo A. Mondlane O numero de filhos infuencia sim na prosperidade de uma familia, conheço gente com tantos filhos e todos desnutridos, mal vestidos, mal.alimentadoa incluso delegando seu cuidado a terceiros q nao tem.nada q ver com o facto de ter muitos filhos, normalmente familiares q deveriam avançar suas vidas, mas por questao de coerencia nao ppdem.deixar na estacada sobrinhos, primos etc por irrespnsabilidade ou incapacidade dos pais
Gosto16/4 às 23:15
Hercilio Chinguvo Curto é Grosso,Lyndo A. Mondlane .só um exemplo simples,tenho um amigo pessoal que nos seus 32anos já tem 4 filhos,com uma renda mensal dos pais uma coisa como 45mil..é triste oque se vive nem para sustentar os filhos não consegui ,teve que "Baldear" duas meninas para casa dos avós, o número de filhos influência sim ,eu só com um filho nem estou me aguentar me borro todinho só com escolinha
Gosto16/4 às 23:29
Lyndo A. Mondlane E.dizia um familiar... estas a ver teus sobrinhos, tens q ajudar me a criar lhes... ve so.. a irresponsabilidade no.mais alto..
Gosto16/4 às 23:44Editado
Carlos Nuno Castel-Branco A causa primária da pobreza não é o número de crianças mas as condições sociais e económicas de que as pessoas fazem parte. Não estou a dizer que o número de pessoas não seja um problema dadas as condições existentes. Claro que é. Mas o número de pessoas também é derivado das condições sociais e económicas existentes. Portanto, o ponto que estou a tentar fazer não é dizer que o número de pessoas não importa, mas que são as estruturas económicas e sociais de produção, apropriação do excedente e distribuição que são determinantes, incluindo para afectar o tamanho das famílias.
Gosto46/4 às 23:32
Lyndo A. Mondlane Sim prof. Mas agravadas pelo agregado...

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